INIMIGOS DA CAUSA MOTOCICLÍSTICA

17/01/2010 19:09

 

Presidente da Associação Brasileira de Motociclistas (ABRAM), Lucas Pimentel, conta como foi o protesto pacifico dos motociclistas contra o PL 2.872/08

É impressionante como algumas pessoas podem descer tão baixo em seu ímpeto de conquistar um “lugar ao sol” à custa do motociclismo. Elas usam os mais vis artifícios a fim de pegar carona sorrateiramente em pessoas, empresas e entidades que trabalham seriamente pelo setor, agindo como fazem as amebas, organismos que vivem à custa alheia.
O setor de duas rodas enfrentou uma crise sem precedentes que teve seu início no fim de 2008, ano excepcional, e perdurou por todo o ano de 2009. Agora, que algumas notícias nos fazem acreditar que finalmente poderemos debelar essa crise ao longo de 2010, precisamos de muita serenidade e seriedade, e não de sangue sugas em nosso querido setor.

No último dia 27, como é do conhecimento de todos, realizamos um protesto pacífico contra o PL 2.872/08 que, entre outras coisas, propõe a proibição da passagem das motocicletas pelo “corredor” formado pela fila de automóveis. Em nosso comunicado, dissemos, com conhecimento de causa que o referido PL lamentavelmente havia recebido parecer favorável da subcomissão criada para abalizá-lo.

A fim de evitar maiores problemas aos motociclistas e aos demais usuários das vias públicas, não estabelecemos ponto de encontro ou trajeto, propusemos que cada um em seu trajeto habitual procedesse tal como propõe o projeto, ou seja, não utilizando o corredor. Recebemos fotos e relatos de motociclistas que aderiram ao movimento em vários lugares do país. Quem participou pode perceber na prática o quanto essa ideia recorrente nos é prejudicial. Entretanto, alguns “inimigos do setor” ardilosamente aproveitaram a ocasião para colocar na internet que o PL não foi aprovado e estaria paralisado, com isso, insanamente alardearam que não há com que se preocupar, pois tudo se resolve facilmente barrando a aprovação do PL quando o mesmo for para votação em plenário. Entretanto, desconhecem tais sujeitos que para aprovar um projeto no plenário da Câmara, basta o deputado manter-se sentado ao ouvir a pergunta: “QUEM É A FAVOR DA APROVAÇÃO DO PL... PERMANEÇA COMO ESTÁ”. Não é insano deixar que uma proposta de Lei federal que nos é tão prejudicial seja decidida nessas circunstâncias?

Faz me lembrar o seguinte relato: “Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar”. (Martin Niemöller – pastor luterano alemão).

Será que não devemos prevenir e tomar as providências o quanto antes?

Não detemos o monopólio dos fatos, eles são acessíveis a todos. O PL 2.872/08 de autoria do deputado federal Carlos Zarattini do PT/SP, cuja relatora é a deputada federal do PMDB/ES Rita Camata, encontra-se na Comissão de Viação e Transportes (CVT) em análise na subcomissão especial para promover a revisão do Código de Trânsito Brasileiro (CTB); essa subcomissão presidida pelo deputado federal Hugo Leal do PSC/RJ deu parecer favorável ao PL 2.872/08. Então decida você mesmo. Vamos agir ou esperar as coisas acontecerem para ver no que vai dar?

Por outro lado, gostaríamos de parabenizar aqui os heróis anônimos que participaram do protesto pacífico “Um lenço preto no guidão”. Saibam que nosso esforço não foi em vão e certamente mais um passo foi dado. São de pessoas assim que o setor de duas rodas necessita, pessoas dispostas a fazer a sua parte. Aliás, continuarei com meu pano preto no guidão em sinal da nossa luta contínua pela causa motociclística.

Pense nisso!


Lucas Pimentel
Presidente da ABRAM
Associação Brasileira de Motociclistas
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